Olá logísticos! Seja muito bem-vindo ao nosso portal de aprendizado, discussão e carreira da logística! Hoje vamos falar sobre o comércio exterior, ou como também é conhecido o COMEX.

Em primeiro lugar, devemos saber que o principal fator para a existência do comércio exterior é a globalização. Isso porque, com os avanços tecnológicos de comunicação e transporte, os países se tornaram mais conectados e as distâncias que antes era considerado um problema passaram a não ser mais. O transporte mais barato permitiu às empresas aproveitar oportunidades em relação as diferenças no custo da mão-de-obra mundial, garantir acesso a matérias-primas geograficamente dispersas e colocar seus produtos a preços competitivos em mercados distantes de suas fronteiras nacionais.

As relações comerciais entre países existem para suprir uma necessidade do país importador, e esta relação fortalece a diplomacia entre as nações e contribui para o desenvolvimento global.

Desse modo, o comércio exterior (COMEX) trata-se de um conjunto das compras e vendas de bens e serviços feitos entre países. Muito das vezes o conceito de comércio exterior é confundido com o conceito de comércio internacional. Vamos então entender esta diferença, de acordo com o portal ABRACOMEX:

Comércio Internacional refere-se às normas com o intuito de regulamentar as operações entre os países de uma maneira uniforme. Sendo o intercâmbio econômico-financeiro ocorrendo entre dois países (bilateral) ou vários países (multilateral). Comércio exterior abrange as regras internas do país, como leis e o ordenamento jurídico. Como também as questões logísticas, financeiras, tributárias, de fiscalização, vigilância e qualidade.

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Em outras palavras, o comércio internacional é baseado nas diretrizes estabelecidas pela OMC e abrange todas as normas e regras para os países membros. Já o comércio exterior é pautado nas legislações específicas de cada país, tanto para entrada quando para a saída de produtos.

O nível de comércio exterior realizado por um país está diretamente relacionado com o desenvolvimento econômico de uma nação.  Não por coincidência, EUA e China figuram entre os líderes no ranking do PIB mundial, e também são os países com maiores níveis de importação e exportação. Ou seja, o comércio exterior influencia diretamente no crescimento de um país. Através do comércio exterior, um país mostra sua força através do seu poder de compra (importação), assim como sua grande capacidade produtiva (exportação).

Quanto ao transporte utilizado no comércio exterior devemos destacar o modal aquaviário. Os transportadores marítimos dominam o transporte internacional com mais de 50% do volume e 99% do peso total transportado. O transporte aéreo movimenta cerca de 21% de todo o valor monetário do comércio exterior (caracterizado por produtos de alto valor agregado). O domínio dos modais aquaviário e aeroviário no comércio exterior é justificado pela geografia mundial, caracterizada pela grande distância entre os países cercados pelos mares. Contudo, muitos países conseguem utilizar por exemplo o modal ferroviário, como é o caso na União Europeia, devido à proximidade dos países membros.

Importação e Exportação

Para de fato entendermos sobre o comércio exterior, dois conceitos devem estar na ponta da língua: importação e exportação. Importação e exportação são atividades referentes ao comércio exterior, relacionadas à entrada (compra) e à saída (venda) de produtos de um determinado país.

🔹 Exportação: refere-se à atividade de venda, envio ou doação de produtos, bens e serviços de um determinado país para outro. Ou seja, significa a saída de um item ou serviço nacional com destino a outro país.

🔹 Importação: refere-se à atividade de compra de produtos, bens ou serviços vindos do exterior para outros países. Basicamente, é a entrada de itens estrangeiros em um determinado país.

Nesse sentido, um outro conceito muito importante no que diz respeito as atividades de importação e exportação de produtos e serviços é o de balança comercial. Balança Comercial é a união das contas de importação e exportação de um país. A união das contas é feita através da subtração dos valores de importação pelos valores de exportação. Se o resultado for positivo, a situação é conhecida como superávit, caso contrário é chamado de déficit. A Balança Comercial trata-se de um importante indicador econômico para análise do comércio exterior de um determinado país.

Blocos econômicos

Visando fortalecer o comércio local, muitos países elevam as taxas sobre determinados produtos de outros países, de modo a torná-lo mais caro em relação a um produto nacional. Essa prática, ou estratégia comercial é conhecida como barreira protecionista, e acaba dificultando as relações de comércio. Sendo assim, uma das formas de quebrar estas barreiras, ou mesmo diminuir seus impactos, são através de blocos econômicos.

De acordo com o portal Brasil Escola, os blocos econômicos compreendem a formação de mercados regionais entres países a fim de dinamizar e integrar a economia de seus membros, através da livre circulação de mercadorias ou da redução dos impostos cobrados em importações. A tendência para a criação e difusão de blocos econômicos em todo o mundo aconteceu após o término da Guerra Fria, mas a sua prática começou a ocorrer após o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Os blocos econômicos são também conhecidos como zonas de livre comércio.

Entre os principais blocos econômicos do mundo, podemos citar: União Europeia, CEI, Nafta, Apec, Asean, Mercosul e muitos outros. Observe o mapa a seguir:

Regulamentação do Comércio Exterior

De fato, um dos principais pontos a destacar quando falamos em comércio exterior é sua regulamentação. Isso porque, trata-se de um processo extremamente complexo, pois não basta somente atender as leis e regulamentação de um único país, e sim de todos envolvidos nas relações comerciais.

Entretanto, como já comentamos no início do artigo, primeiramente devemos conhecer a regulamentação geral adotada pela OMC (Organização mundial de comércio). Para garantir a segurança jurídica aos comerciantes a OMC estabeleceu um conjunto de princípios e normas que devem ser seguidos em todas as relações comerciais entre nações, sendo as principais:

Nação mais favorecida

Se um país membro da OMC deu benefícios aduaneiros para produtos de outro membro, deve estender tais benefícios a todos os outros membros. Por exemplo, se o Brasil concedesse menores impostos para produtos agrícolas mexicanos, deverá estender esse privilégio para produtos agrícolas canadenses. O objetivo desse princípio é evitar com que haja privilégios entre alguns países. A única exceção deste princípio é caso os países com privilégio formem um bloco econômico, como o Mercosul, por exemplo.

Tratamento nacional

Se um país membro da OMC cobra impostos de determinado produto feito em seu território – veículos, por exemplo -, deverá dar o mesmo tratamento de impostos ao mesmo produto importado. No exemplo, veículos importados deverão incidir os mesmos impostos dos nacionais.

Transparência

Os países membros da OMC devem divulgar e tornar público todos os seus decretos e leis sobre a temática do comércio internacional. Quando o Brasil edita um decreto alterando alguns valores do imposto sobre produtos importados, deve deixar esse decreto público.

Para garantir que as normas sejam cumpridas existe um órgão governamental próprio para fiscalização e execução que é a Aduana. A aduana, ou alfândega, é a repartição governamental responsável por controlar a entrada e saída de mercadorias para o exterior ou provenientes deles. Também é encarregada por cobrar os tributos incidentes desses produtos.

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Todas as transações comerciais feitas entre nações devem atender as normas e requisitos estabelecidos pela aduana (de todos os países envolvidos), dessa forma os comerciantes devem estar cientes de todas estas regras para evitar multas ou apreensões dos itens comercializados. As aduanas geralmente então instaladas nos pontos de fronteiras terrestres, aeroportos e portos.

Comércio Exterior: Curso, profissão e carreira

Uma coisa é certa, o Brasil vem se desenvolvendo de forma significativa no que diz respeito ao comércio exterior. Uma ótima notícia para quem já trabalha na área ou tem vontade de atuar. Para poder atuar na área de forma eficiente e com qualidade, não basta apenas entender o que é comércio exterior. Esse é apenas o ponto de partida. Em todo o desenvolvimento é uma grande análise quanto ao mercado e a compreensão cultural de cada país com que pretende diminuir as fronteiras.

Curso de Comércio Exterior

Quem pretende seguir carreira na área de Comércio Exterior tem algumas opções de formação, podendo fazer o bacharelado em Administração ou Economia seguido de uma pós-graduação na área, ou optar por um curso superior tecnológico em Comércio Exterior.

O currículo de Comércio Exterior varia de acordo com o tipo de curso (bacharelado ou tecnológico) e com a instituição. Entretanto, algumas disciplinas são comuns na diferentes grades ofertadas, sendo elas:

  • Direito Internacional Público e Privado
  • Diversidade Étnico-Cultural
  • Economia Internacional
  • Gestão Aduaneira em Exportação
  • Gestão das Relações Humanas
  • Legislação no Comércio Exterior
  • Marketing Internacional
  • Sistemática de Importação

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Profissão e carreira

Basicamente, o profissional de Comércio Exterior domina as técnicas e os métodos de compra e venda de produtos e serviços entre empresas e governos de diferentes países. O profissional formado no curso de Comércio Exterior pode trabalhar em indústrias, comércio, instituições financeiras e  empresas de logística, entre outras, além de ocupar cargos públicos em secretarias municipais e estaduais, ministérios e órgãos federais.

É uma profissão que exige conhecimentos profundos de direito e legislação, economia e matemática. Ao contrário da profissão de Relações Internacionais, que é mais focada em aspectos sociais, culturais e políticos, no Comércio Exterior o profissional lida mais com números, cotações, contratos e negociações de compra e venda.

A busca por profissionais bilíngues é muito comum (para não falar obrigatória), uma vez que o trabalho depende de um bom entendimento e comunicação com outros países. Além disso, as empresas possuem preferência a profissionais com especializações, indicando a sua qualificação e aprimoramento. Entre os cargos mais comuns estão:

  • Analista de mercado;
  • Consultor;
  • Gestor de comércio exterior;
  • Despachante Aduaneiro.

Para o profissional do COMEX a todo momento é preciso identificar as necessidades de seus clientes, tanto no mercado interno como externo. Desta maneira, poderá verificar e encontrar novas oportunidades de negócios e as estratégias ideais para promover a compra e venda. Ter conhecimento em marketing, certamente, ajudará quem for atuar na área a largar a frente nessa corrida. Tendo melhor capacidade de desenvolver essa análise.

Cabe ressaltar a importância de conhecer e compreender a cultura de cada país com o qual pretende realizar negócio. O processo de venda, principalmente, deve ser realizado de acordo com os costumes e os valores do país comprador. Isso porque, caso esteja algum ponto em desacordo, o negócio pode ser quebrado e perderá o vínculo com aquele país.

Bônus #1: Logística Internacional

A logística internacional é um dos mais importantes elementos do comércio exterior. Tal importância vem do fato de que somente através dos transportes de produtos e mercadorias as relações comerciais entre os países estarão concluídas.

É considerado logística internacional quando o fluxo de materiais ou serviços ultrapassam as fronteiras de um país seguindo em direção a outro. De fato, este fluxo se faz necessário devido a demanda global por produtos e serviços.

Um ponto que deve ser lembrado na logística internacional é o tempo em trânsito. Isso porque, em geral os transportes internacionais são realizados via modal aquaviário, que são caracterizados por ser um transporte lento. Dessa forma, para atender as demandas e prazos estabelecidos no comércio exterior é necessário um bom planejamento para evitar custos extras e/ou reclamações.

A escolha do transporte pode ser um grande diferencial para garantir sucesso no comércio internacional. Fatores como segurança, agilidade, preço do frete e infraestrutura deve ser levado em conta no momento da escolha do transporte.

Enfim, gostou do artigo e quer saber mais sobre o Comércio Exterior? Deixe sua dúvida, comentário, sugestão ou crítica em nossos canais de comunicação!

THINKING OUTSIDE THE BOX 💬 💡 📦

FONTE: Gerenciamento da cadeia de suprimentos – Ballou (2006), ABRACOMEX, FIA, Brasil Escola, Guia da Carreira, Guia do Estudante.

Filipe Butta

Profissional e entusiasta da logística com mais de quatro anos de experiência em operações logísticas. Formado em engenharia e gestão de projetos.

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Filipe Butta

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