Olá logístico, tudo bem? ✌️ Seja muito bem-vindo a nossa plataforma de aprendizado, discussão e carreira na área da logística! Hoje vamos aprender sobre a roteirização de cargas.

De acordo com Ballou (2007), os transportes representam cerca de 66% de todo o custo do setor de logística. Sendo assim, aumentar a eficiência dos transportes é um ótimo caminho para alcançar ótimos resultados. Um dos processos muito utilizados para alcançar este objetivo é a roteirização das cargas. Determinar uma rota eficiente para o escoamento dos produtos está diretamente relacionado a redução de custos e melhoria na prestação de serviços ao cliente.

Neste artigo, vamos entender o significado de roteirização de cargas, como se aplica o conceito, saber sua importância para a logística, seus tipos e os princípios para maior eficiência do processo. Boa leitura! 📰

O que é roteirização?

A roteirização de cargas é uma metodologia utilizada para determinar o melhor trajeto no processo de coleta e entrega de produtos. O melhor trajeto é aquele em que estabelecemos ótimos níveis em relação ao custo, tempo, segurança, qualidade e produção. Termos como: roteirização de entregas, roteirização de veículos e roteirização de transporte também são sinônimos do conceito.

Trata-se de um processo de grande importância para a logística. Isso porque, hoje os clientes buscam por empresas que são capazes de atender suas necessidades com maior agilidade ao menor custo possível.

Desse modo, os gestores de logística buscam soluções inovadoras para garantir a sobrevivência e prosperidade das organizações. Selecionar a melhor rota e informar um prazo preciso de entrega aos clientes são fatores que afetam diretamente no custo do serviço e na satisfação do cliente.

Benefícios da roteirização de cargas

Entre os principais benefícios da roteirização de cargas, podemos citar:

Otimização do processo de entrega

A roteirização de cargas permite uma melhor organização da atividade de transporte, agrupando os pontos de coleta e entrega de acordo com sua proximidade.

Dessa forma, é possível reduzir o tempo em cada ponto do percurso, o que permite realizar um maior número de entregas/coletas, aumentando a lucratividade da operação. Com isso, a empresa pode até mesmo reduzir o valor cobrado pelo serviço, aumentando sua competitividade no mercado.

Redução de custos

Com um planejamento eficiente, é possível gerar deslocamentos mais curtos, distribuindo as entregas de acordo com a proximidade entre cada ponto do percurso. Dessa maneira, é possível reduzir tanto os gastos com combustível como também com a manutenção dos veículos da frota.

Maior controle na gestão de frotas

Quando realizada corretamente, a roteirização de cargas possibilita ao gestor um controle mais eficiente sobre suas frotas. Com o planejamento adequado, é possível escolher o melhor veículo para cada tipo de operação, levando em conta sua autonomia e capacidade.

O auxílio da tecnologia neste ponto é fundamental, uma vez que possibilita automatizar todo esse processo, garantindo a combinação mais eficiente com base em dados gerados pelo sistema. A inclusão da tecnologia no processo ainda possibilita um acompanhamento mais preciso a respeito dos custos da operação.

Tipos de roteirização de carga

Basicamente, existem três diferentes tipos de distribuição de produtos aos quais podemos aplicar a roteirização de cargas, sendo eles:

  1. Um ponto de origem e um ponto de destino;
  2. Pontos de origem e destino múltiplos;
  3. Pontos de origem e destino coincidentes.

Para os três casos o método que vamos aplicar a fim de melhor entender o conceito de roteirização de cargas é o do caminho mais curto. O método do caminho mais curto, ou caminho mínimo, tem como objetivo encontrar o caminho mais curto entre dois pontos. Este mínimo pode ser a distância entre os pontos de origem e de destino, ou ainda, o tempo decorrido para se deslocar de um ponto a outro.

Entretanto, vale lembrar que os resultados obtidos a partir deste método nem sempre serão os mais vantajosos. Isso porque, além dos fatores distância e tempo, devemos considerar também a condição das vias, pedágios, pontos de apoio (postos de abastecimento, hotéis, oficinas, restaurantes etc.), trânsito, entre outros. Somente após a análise de todas as condições podemos determinar qual a melhor rota.

Um ponto de origem e um ponto de destino

Para este tipo de operação temos somente um único ponto de origem (fornecedor), e somente um ponto de destino (cliente). No mapa abaixo temos um exemplo de cidades conectadas via rodovias.

Considerando o método do caminho mais curto temos os seguintes resultados:

1° Opção: A > B > D > F = 240km

2° Opção: A > G > D > F = 360km

Sendo assim, a melhor rota para realizar essa distribuição seria a primeira opção.

Pontos de Origem e Destino Múltiplos

Este modelo de distribuição é mais complexo devido ao maior número de variáveis no processo. Trata-se de uma distribuição na qual existem diferentes pontos de origem (fornecedores), atendendo diferentes pontos de destino (clientes).

Para analisar qual a melhor rota para este tipo de distribuição é necessária saber parâmetros como necessidade dos clientes e capacidade dos fornecedores. Vamos a um exemplo:

Para este caso de capacidade e necessidade a melhor opção de rota seria:

  • Fornecedor H atende a necessidade dos clientes J e D;
  • Fornecedor E atende a necessidade do cliente C.

Pontos de origem e destino coincidentes

Está operação é utilizada quando em um único transporte uma empresa visa atender diferentes clientes em diferentes locais. Dessa forma, a melhor rota é aquela em que o veículo vai sair do seu ponto de origem passando por todos os destinos e retornando ao ponto de origem, percorrendo a menor distância possível.

Para o exemplo abaixo o melhor caminho a ser percorrido é: A > B > C > D > F > J > H > G > A, totalizando 940km.

Princípios para uma boa roteirização de carga

De fato, cada empresa tem suas particularidades quanto a roteirização das cargas. Cada organização tem o seu contexto particular e deve trabalhar dentro de seu cenário para alcançar a máxima capacidade produtiva.

Os princípios que serão apresentados a seguir podem de alguma forma ajudar em problemas reais quanto a roteirização de cargas. Trata-se de diretrizes que ajudaram a criar um bom plano de rotas para a empresa.

Agrupar destinos próximos em uma mesma rota

Os roteiros dos caminhões deveriam ser organizados sem torno de agrupamento de paradas próximas umas das outras a fim de minimizar o tráfego entre elas. Isso também minimiza o tempo total em trânsito nesse roteiro;

Utilizar os veículos de maior capacidade de carga

No roteiro ideal, a utilização de um veículo com capacidade suficiente para abastecer todas as paradas de um roteiro minimizaria sempre a distância ou tempo total percorrido para servir a todas paradas. Por isso mesmo, os maiores veículos dentre os múltiplos tamanhos de uma frota devem ser alocados preferencialmente, desde que a melhor utilização de suas capacidades possa ser garantida.

Fazer as coletas de forma simultânea com as entregas

As coletas deveriam ser feitas, tanto quanto possível, ao longo do andamento das entregas a fim de minimizar o número de superposições de roteiros que tende a ocorrer quando tais paradas são servidas depois da realização de todas as entregas. A extensão em que isso pode ser feito vai depender da configuração do veículo, do tamanho dos veículos, e do grau de obstrução às mercadorias para entrega que cada veículo transportar.

Soluções alternativas para entregas fora de rota

Paradas isoladas dos agrupamentos de pontos de entrega, especialmente aquelas de baixo volume, são servidas ao custo de mais tempo do motorista e despesas do veículo. A utilização de veículos menores para cuidar dessas paradas pode revelar-se mais econômica, dependendo da distância e dos volumes envolvidos. A utilização de transporte terceirizado seria uma boa alternativa nesses casos.

Enfim, gostou do artigo e quer saber mais sobre a roteirização de cargas? Deixe sua dúvida, comentário, sugestão ou crítica em nossos canais de comunicação!

THINKING OUTSIDE THE BOX 💬 💡 📦

FONTE: Map Link, DataMex, Cobli, Ronald Ballou – Gerenciamento da cadeia de suprimentos (2007).

Filipe Butta

Profissional e entusiasta da logística com mais de quatro anos de experiência em operações logísticas. Formado em engenharia e gestão de projetos.

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